domingo, 9 de agosto de 2009
SER ULTRA!! O QUE MUITA BOA GENTE NÃO SABE!!!
Mentalidade: Aventura de um ultra de "sofá"
Vivo com esperanças que chegue “aquele dia” o dia em que estarei na curva a apoiar o Glorioso. Nos ultras de sofá somos alvo de preconceito pois dizem que não percebemos nada, não temos mentalidade ultra nem nada, é mentira, sei muito mais que muitos que estão na curva para ganharem dinheiro e andarem à porrada. Mas mudando o rumo da história, vamos lá pensar um bocado, se não fossem as claques que era do futebol? Nada, só que os jornalistas adoram deitar-nos abaixo, se não vejamos: Benfica-Porto 2006/2007, os Diabos Vermelhos fazem a maior coreografia (tifo) alguma vez vista em Portugal, o jogo acaba 1-1, durante o mesmo há confrontos entre os Super Dragoes e a polícia (A.C.A.B. [ALL COPS ARE BASTARD]), no dia seguinte a que é que os telejornais dão destaque? Ao resultado? À mega-coreografia? Aos confrontos? Sim, aos confrontos, porque é muito mais fácil falar mal e deitar abaixo quem se dedica 24 horas ao seu clube, este é um dos motivos pela qual a nossa imagem anda na rua das amarguras, pois, mas se calhar se falassem da mega-coreografia não rendia para as audiências não é? E continuando com as perguntas retóricas… se não fossem as claques o que era do futebol? Ora experimentem tirar em média 4000 ultras a cantar nos jogos do Porto, aí uns 4500 nos do Sporting, aí uns 1500 nos do Benfica,e por aí em diante…se não fossem as claques, alguns clubes como o Farense não teriam voltado a existir devido a insistência da sua grande claque South Side Boys ( e isto é apenas um exemplo).
É incrível, aqueles tolos pagam 40€ pelo bilhete, chegam aqui alguns viram-se de costas, outros não se calam, só sabem cantar. É isto que muita vez ouvimos da boca daqueles sócios velhos que só gostam do clube quando ganha, mas que geralmente está tudo mal. Pois, pagamos esse preço em todos os jogos, ainda por cima com leis repressivas por parte de Policia, e com horários impróprios, mas quem lá esta faça chuva ou sol, calor ou frio, neve ou caia granizo, são os verdadeiros ultras e para explicar melhor vou dar de novo um exemplo: o Porto vai a Rússia e vem de 3 derrotas, o jogo é numa quarta as 7:45, as temperaturas são aterrorizantes, mas quem lá esta a apoiar o Porto, são os sócios velhos e resmungões? Não, são os Super e o Colectivo, pois é mais de 100 ultras foram á Rússia gastar mais um ordenado no apoio á equipa. Dou este exemplo como poderia dar outros mil e tais, mas é triste pois a televisão a estes factos não da importância, mas se lá tivesse havido porrada já era noticia.
O futebol moderno é triste, tenho saudades dos jogos ao domingo à tarde com 70% do estádio cheio sem as claques estarem minadas pela polícia. É por estas e por outras que o futebol tem pouco publico e não tardará muito até 60% dos actuais clubes se extinguirem.
Muitas vezes perguntam-me quando chega alguém ao café:
Estão a jogar bem?
Respondo sim porque calha porque o meu entusiasmo em olhar para as bancadas é tal, que muitas vezes pouco futebol vejo pois só as bancadas me interessam e depois quando vejo o que se passa no jogo e vejo que estamos à rasca, aí, entro em pânico, o sofrimento entra dentro de mim apetece-me sei lá, partir tudo pois o Benfica tem o direito incontestável de vencer. Poucos sabem como para mim é importante e me faz feliz estar a ver um jogo de outras duas sejam quais forem as equipas e ver a curva cheia, isso alegra-me, ficamos felizes quando estamos todos bem.
Vamos repara numa coisa, uma semana normal começa à segunda e tal, para um adepto normal é esperar que chegue o fim-de-semana, mas para nós ultras tudo é diferente, é começar a prepara os tifos, arranjar bilhetes, autocarros, comboios, etc. E porque não falar daqueles ultras que são despedidos vezes sem conta por faltarem ao trabalho para ir ao futebol, só que nunca nenhum presidente de clube algum decidiu homenagear esses grandes ultras.
Vou salientar outras duas coisas que muito me tocaram, em 2002 e um ultra dos Diabos Vermelhos o Hugo perdeu uma perna, os Diabos ofereceram-lhe a adaptação que ela precisava para o carro para poder conduzir, não foi a SAD, nem ninguém desses consumidores do dinheiro dos sócios. Outra coisa foi também em 2002, um ultra das Panteras Negras do Boavista havia morrido há algum tempo, o Directivo (Sporting), claque formada nesse ano então chefiada pelo maior ultra que o nosso panorama ultras já conheceu, o Miguel D’Almada(ele e Lameira são dos maiores ultras existentes no nosso pais) fizeram uma faixa de homenagem ao ultra que tinha morrido, uma atitude de louvar que nunca ninguém divulgou (se tivesse sido porrada, se calhar…).
Aproveito esta para mim grande aventura para prestar homenagem a 3 ultras, Gullit, Rita e Tino, 3 ultras dos NN que morreram num acidente de carrinha quando vinham na Espanha após um jogo do Benfica na Croácia.
Fiz este texto não para ganhar mas sim para mostrar um pouco da luta comum aos ultras do mundo inteiro. E acabo a dizer: LIBERDADE ULTRAS
CARTA DE EDRO ANDRADE.
FONTE: WorldUltra
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1 comentário:
bom texto isto esplica o que é a nossa vida apesar de sermos muitos ou poucos.
foi um bom jogo
abraços u.t 06
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